História de Capão da Canoa

História de Capão da Canoa

      



O começo

Até a chegada dos europeus, no século XVI, o litoral norte do Rio Grande do Sul era território tradicional dos índios carijós, minuanos e arachanes. Com a escravização e as doenças trazidas pelos europeus, o número de índios se reduziu bastante na região.

Em 1752, casais de açorianos chegaram ao Rio Grande do Sul, desembarcando no Porto de Dorneles. O município de Capão da Canoa, que hoje faz parte da região do litoral do estado, tem como origem a Sesmaria das Conchas, que pertencia a Inácio José Araujo de Quadros, por volta de 1800.

No início, era formado por grandes dunas, banhados, mar cristalino, esteiras, matos e capões, ficando a leste o mar e a oeste as lagoas e rios. Na verdade, o nome Capão da Canoa já existia no interior de uma fazenda de propriedade da família Nunes, na extensão da praia de Xangri-Lá (hoje município de Xangri-Lá), com fundos para a Lagoa das Malvas, pois este era quem dava apoio aos visitantes que passavam ou vinham veranear.

Com o tempo, este lugar passou a ser conhecido como Capão da Canoa, fazendo com que o velho nome Arroio da Pescaria desaparecesse. Primeiramente, junto a um pequeno povoado surgiu um armazém de secos e molhados; depois, um hotelzinho de madeira com dois quartos.

Capão da Canoa floresceu por volta de 1900 com o nome de Arroio da Pescaria, época em que os primeiros ranchos começaram a se agrupar à beira-mar. O nome originou-se de um pequeno córrego localizado próximo ao mar. O local abrigava, além de pescadores, também alguns aventureiros. Por vezes, o local era visitado por tropeiros, fazendeiros e viajantes.

Mais tarde, por volta de 1920, começaram a chegar os primeiros veranistas oriundos da serra gaúcha e também de Porto Alegre. Os maiores frequentadores eram os descendentes das colônias alemãs e italianas.

Por volta de 1940, a colônia israelita também começou a se fazer presente em bom número. O nome de Arroio da Pescaria só começou a desaparecer na década de 1940, quando alguns entendem que surgiu a denominação Capão da Canoa.

Pelo Ato 73, de 1 de fevereiro de 1933, Cornélios surgiu como Sexto Distrito de Osório, onde estava incluída também a Vila de Capão da Canoa. Em 1952, o Sexto Distrito de Osório, Cornélios, foi transferido para Capão da Canoa. A emancipação do município caponense veio trinta anos depois, pela Lei 7 638, de 12 de abril de 1982. A posse do primeiro prefeito foi em 31 de janeiro de 1983. Inicialmente, o município contava com 23 balneários, possuindo trinta quilômetros de orla marítima.


Geografia

Localiza-se a uma latitude 29º44’44” sul e a uma longitude 50º00’35” oeste, estando a uma altitude de 4,80 metros acima do nível do mar. Segundo estimativas do IBGE o município de Capão da Canoa conta com a maior população do Litoral Norte gaúcho.

Em dados recentes, Capão da Canoa aparece com uma população fixa de 45.744.


Distritos de Capão da Canoa

Capão da Canoa está dividida em quatro distritos:

  • Distrito de Capão da Canoa, sede do município
  • Distrito de Capão Novo
  • Distrito de Arroio Teixeira
  • Distrito de Curumim

Turismo

Atualmente o município possui onze balneários, com 19,1 km de extensão norte – sul, divididos em quatro distritos, limitando-se ao leste com o oceano Atlântico, ao sul com Xangri-lá, ao norte com Terra de Areia, e a oeste com Maquiné e Terra de Areia.

Capão da Canoa destaca-se pela qualidade de vida, tanto no aspecto da saúde,proporcionada pelos recursos naturais, clima e vegetação, quanto pela facilidade de acesso às grandes cidades e região metropolitana.

Destaca-se também por ter uma das praias mais tradicionais e badaladas no litoral do Rio Grande do Sul, servindo de palco para o encontro de muitos turistas gaúchos, argentinos e uruguaios, no intuito de curtir um lugar ao sol nesta bela praia.

Em suas praias existem áreas apropriadas para o surfe, a pesca e para o banho. Por ter um belo visual, principalmente ao amanhecer e ao anoitecer, atrai surfistas no inverno e verão, sendo também, um excelente local para bronzear-se ao sol, fazer longas caminhadas e corridas a beira-mar. Em relação à pesca, é praticada diariamente, pois há muitos pescadores entre seus moradores.

Capão da Canoa atualmente, possui uma ampla rede gastronômica, com restaurantes, pizzarias e churrascarias. Em termos de lazer, existem alguns shoppings, como o Shopping Lynemar, o Shopping Capão da Canoa e o Shopping das Águas, que abrem no inverno e no verão, e os shoppings de Fábricas, Ibitinga, Riograndense e Sunset Boulevard, que funcionam somente no verão. Há também boliche, casas noturnas, diversas praças (Praça do Farol, Praça Capão da Criança, Praça do Raul), parques de diversões aquáticas, peças de teatro, Casa de Cultura Erico Verissímo e o Garota Verão (evento que escolhe a mais bela garota representante dos municípios do Rio Grande do Sul).

Para quem pretende praticar esportes, existem quadras de vôlei, futebol e basquete, todas à beira-mar e algumas na Avenida Flávio Boianovsky, praça que obtém a Praça do Raul, com vários brinquedos e campo de futebol, e dois campos para a prática do Volêi, ainda tendo uma parte da Praça apenas para lazer, encontrar os amigos e conhecidos, tomar chimarrão e jogar bocha. Outra opção de lazer, é fazer um vôo panorâmico pela praia. Existem vários aviões de pequeno porte no aeroporto, de plantão para este vôos, a custos acessíveis.

Em abril, há o Rodeio de Capão da Canoa no CTG João Sobrinho. Para a realização de festas e eventos sociais, a cidade possui dois clubes, o Capão da Canoa Futebol Clube (CCFC) e a Sociedade dos Amigos de Capão da Canoa (SACC).


Ruas de Capão da Canoa

Algumas das principais ruas de Capão da Canoa têm nomes indígenas:

  • Rua Andira: é personagem de Iracema, de José de Alencar; a grafia correta desta palavra tupi é Andirae, e significa “morcego”.
  • Rua Ceci: é como Peri chamava Cecília, personagem de O Guarani, de José de Alencar.
  • Rua Paraguaçu: esposa do lendária de Caramuru; a palavra em tupi pará = mar, e guaçu = grande, significa “mar grande ou oceano”.
  • Rua Pindorama: palavra erroneamente traduzida como “terra das palmeiras”.
  • Rua Poti: em tupi, “camarão”; nome de nascença de Filipe Camarão, um índio notável durante as guerras contra os holandeses no Nordeste.
  • Rudá: deus da teogonia indígena, é o deus do amor.
  • Rua Sepé: o índio Sepé Tiaraju, das missões jesuíticas, morto em combate na chamada guerra guaranítica.
  • Rua Ubirajara: personagem de Ubirajara, de José de Alencar; em tupi, Ubirajara significa “senhor (aquele que possui) da vara ou lança”.